Anodização dura é um termo usado para descrever a produção de revestimento anódico com espessura resistente à corrosão e abrasão, como sua primeira característica.
A espessura nominal aplicada é de 25 a 50 microns, mas a espessura controlada pode ser obtida desde poucos microns até 120 microns dependendo da liga escolhida.
Propriedades
Coloração
Dependendo da liga escolhida a cor pode variar desde cinza claro até preto.
Dureza e resistência ao desgaste
As características de desgaste do alumínio anodizado duro são mais favoráveis às baixas cargas,na comparação entre o cromo duro e aço rápido.
A micro dureza do revestimento varia significativamente dependendo da escolha da liga.
Geralmente as ligas de alta resistência, isto é, ligas serie 2000 e 7000 produzem micro dureza entre 250 e 380 HV, onde as ligas serie 6000 tem uma faixa de dureza entre 400 e 500 HV.
Uma precaução deve ser tomada quando se compara resistência ao desgaste e dureza. A micro dureza não representa o desempenho do material.
Acabamento Superficial
A resistência ao desgaste está muito relacionada ao acabamento superficial. Quanto mais rugosa a superfície, com alta pressão de contato no revestimento, partículas da superfície são quebradas e entram entre as superfícies deslizantes provocando um meio abrasivo.
O acabamento superficial do componente deve ser melhor que o acabamento final desejado, pois o processo de anodização dura aumenta a rugosidade superficial. Onde acabamento fino é desejado recomenda-se retificar ou brunir a superfície.
As propriedades da anodização dura no alumínio como mancal, são muito boas, e podem ser melhoradas com aplicação de lubrificantes.
Propriedades Térmicas
A condutividade térmica (resistência ao calor) do revestimento anódico é de 1/10 a 1/30 da condutividade do alumínio.
A emissividade do alumínio aumenta rapidamente com a espessura da camada anódica, e alcança até 80% com espessura de camada de 10 microns. A camada de anodização dura está bem perto do corpo negro para dissipação de calor e há bem pouca vantagem em se colorir de preto, como é feito algumas vezes.
O oxido de alumínio produzido pela anodização é bom isolante térmico e isso pode ser uma desvantagem onde boa dissipação de calor é requerido. Entretanto, a anodização dura de alumínio tem boa resistência ao calor e pode ficar em curto espaço de tempo exposto a temperaturas da ordem de 2000ºC. É um exemplo a aplicação nos ventures ou foguetes.
Propriedades elétricas
O revestimento anódico é altamente isolante. Os melhores resultados são obtidos com liga de composição homogênea.
Impurezas na camada reduzem as propriedades isolantes.
A maior vantagem do processo de revestimento anódico em relação à média dos isolamentos elétricos é que pode operar até temperaturas de 500ºC.
A combinação de alta resistência dielétrica e baixa condutividade térmica faz da anodização dura um dos melhores materiais de isolamento.
Aderência
Os problemas de aderência que encontramos nos tratamentos de galvanoplastia não se apresentam na anodização dura devido ao fato da camada anódica ser parte integrante do alumínio. As propriedades de aderência são superiores a qualquer outro revestimento aplicado ao alumínio.
Resistência à corrosão
Anodização dura tem melhor resistência à corrosão que os outros revestimentos convencionais com a mesma espessura de camada. Entretanto a resistência à corrosão pode ser melhorada pela selagem com dicromato de potássio, mas com alguma perda na resistência à abrasão.
Aplicação de Anodização Dura
Com muitas novas ligas sendo produzidas e especialmente usando o processo de anodização dura, muitos metais tradicionais estão sendo substituídos pela leveza do alumínio com as propriedades superiores do processo de anodização dura.
O número de aplicações continua a crescer rapidamente e qualquer fabricante ou usuário de equipamento de engenharia, é aconselhado a verificar se o revestimento com anodização dura poderia dar lucro na substituição de peças convencionais.